sábado, 2 de outubro de 2010

As 10 cidades mais poluídas do Planeta


BH é a região metropolitana com maior concentração de poluentes no país


O nível do gás na capital é de 300 microgramas por metro cúbico, sendo que o padrão é de 160.



É o que diz o relatório de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável, divulgado no ultimo dia 1º, pelo IBGE. Os níveis dos principais poluentes têm sido estáveis nas grandes cidades, com exceção do ozônio, cuja concentração máxima em 2008 foi maior em Belo Horizonte. O gás é gerado por reações entre compostos vindos da queima de combustíveis fósseis. Além de prejudicar o meio ambiente, ele causa problemas respiratórios.
Fonte: Amda


No dia 5 de agosto, alguns ciclistas da delegação norte-americana chegaram a Pequim usando máscaras para, segundo um deles, Michael Friedman, se protegerem da poluição. Se o ar é risco ao desempenho dos atletas, há controvérsias. É fato que a atmosfera inundada por monóxido de carbono impede a ligação do oxigênio com a hemoglobina presente nas hemácias; o que prejudica a nutrição do tecido muscular e, conseqüentemente, o desempenho dos esportistas. No entanto, o professor de fisiologia do exercício Alex Guazzi Rodrigues, da PUC Minas, assinala que é necessário tempo prolongado de exposição aos agentes tóxicos para a instalação de problemas respiratórios. “Em provas de 30, 40 segundos – como os 100 metros rasos do atletismo e os 50 metros livres da natação – o atleta nem respira.” Sem contar que são bem condicionados fisicamente. “Eles têm a caixa toráxica desenvolvida tanto para inspirar quanto para trocas gasosas”, avalia o cardiologista Evandro Guimarães Souza.

No entanto, se o assunto é o cotidiano do cidadão comum, respirar – ato inevitável a todo vivente – pode ser prejudicial à saúde, seja na China, nos Estados Unidos, ou no Brasil. Só em Pequim 3,32 milhões de veículos circulam queimando combustíveis fósseis. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que lá a concentração de poluentes no ar é quase cinco vezes mais alta que os níveis considerados seguros, devido à combinação de indústrias químicas, pesticidas e de siderurgia. Recentes estudos da Universidade da Califórnia demonstram que a China superou os Estados Unidos em emissões de gases provocadores do efeito estufa, revela o biólogo e mestre em administração Wagner Bitencourt Moraes. E conquistou o triste título de país que mais polui no mundo.

Mas não é à toa e nem sem conseqüências. “A China, assim como a Rússia e a Índia, polui porque está movendo sua economia. Busca a inclusão de suas populações, retirando-a da pobreza ao dar acesso a bens e produtos que propiciam conforto e capacidade de sobrevivência. São nações que precisam de ajuda para desenvolver produção mais limpa, o que depende da transferência de tecnologia por parte de países ricos e desenvolvidos”, adverte Moraes.

Por falar em desenvolvimento, o estilo de vida americano – baseado no consumo e descarte para induzir a mais consumo – gera cerca de seis vezes mais emissões de gases causadores do aquecimento global. Placar catastrófico.

E a conta a ser paga é alta. Altíssima. No caso da China, o custo para a saúde pública gira na casa dos 29 bilhões de dólares anuais. Somem-se aí problemas respiratórios como asma, bronquite, diversos tipos de câncer e defeitos genéticos que resultam em deficiências mentais e doenças sangüíneas. “O CO2 é altamente deletério para o sistema vascular e cerebral. Sua constante inspiração pode causar constrição arteriolar e, conseqüentemente, isquemia em órgãos de quem tenha predisposição para tal”, explica o cardiologista.

Não é porque o Brasil tem a maior bacia hidrográfica mundial – cerca de 3,9 milhões de km, e é considerado campeão de biodiversidade: de cada cinco espécies do planeta, uma está aqui – que estamos em céu de brigadeiro. Há muito há nuvens carregadas no horizonte. Entre 2000 e 2002 foram registrados em Guaíra (SP) três casos de nascimentos de bebês com anencefalia. A cidade, produtora de grãos, recebia descarte de um milhão de embalagens de agrotóxicos por ano. Na época, especialistas suspeitaram que tais embalagens estavam contaminando as águas. Há que lembrar Cubatão, na Baixada Santista, considerada na década de 80 pela organização ambientalista Blacksmith Institute um dos 35 lugares mais poluídos do planeta. Lá também foram registrados, de acordo com parâmetros da OMS, os maiores índices do mundo de anencefalia (dez casos em 3,4 mil partos). Hoje, as fontes poluidoras estão controladas e um plano de reflorestamento das encostas foi estabelecido.

No século XXI, desenvolvimento é a palavra de ordem e o automóvel um de seus símbolos. Na cidade de Belo Horizonte (MG), metade da frota veicular lança poluentes acima do limite permitido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), revelou pesquisa coordenada pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam). Em São Paulo, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) indica que 7,8 milhões de veículos motorizados circulam na região metropolitana, despejando no ar monóxido de carbono, óxido de nitrogênio, hidrocarbonetos, óxidos de enxofre e material particulado.

E dá-lhe mal-estar na população. Em especial, grupos mais sensíveis como idosos, crianças e portadores de doenças cardíacas e respiratórias: irritação dos olhos, pele e garganta, dor de cabeça, enjôo, bronquite, asma, câncer de pulmão. Como se fosse pouco, existe o incômodo causado pela fuligem. Fumaça escura, repulsiva e de mau cheiro, pode ocasionar acidentes de trânsito por causa da diminuição da visibilidade.

Para especialistas da organização Blacksmith, viver em centros urbanos com sérios problemas de poluição é como viver sentenciado de morte: se não for por envenenamento imediato, pode-se esperar o câncer, infecções pulmonares e problemas mentais.

AS 10 CIDADES MAIS POLUÍDAS DO PLANETA

:: Sumgayit (Azerbaijão)
:: Chernobyl (Ucrânia)
:: DzerZhinsk (Rússia)
:: Kabwe (Zâmbia)
:: La Oroya (Peru)
:: Linfen (China)
:: Norilsk (Rússia)
:: Sukinda (Índia)
:: Tianying (China)
:: Vapi (ÍNDIA)

Problemas decorrentes da baixa umidade do ar e alta concentração de poluentes

:: Ressecamento das mucosas, provocando sangramento pelo nariz, ressecamento da pele e irritação dos olhos.

:: Quando a umidade relativa do ar estiver entre 20 e 30% é melhor evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11 e 15h. Umidificar o ambiente com vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água.

:: Se a umidade estiver entre 20 e 12%, é recomendável suspender exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10 e 16 horas; evitar aglomerações em ambientes fechados e seguir as indicações acima.

:: Com umidade abaixo de 12% é preciso interromper qualquer atividade ao ar livre entre 10 e 16 horas; determinar a suspensão de atividades que exijam aglomerações de pessoas em recintos fechados; manter úmidos os ambientes internos, principalmente quartos de crianças, hospitais.

:: Usar colírio de soro fisiológico ou água boricada para os olhos e narinas e beber muita água.

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