domingo, 15 de agosto de 2010

Serra do Espinhaço - Cordilheira Mineira


Meu lugar favorito. Motivo? Magnífica riqueza natural que essa cordilheira abriga e também pelos seus povoados simplesmente mineiros com gente simples e de vida mais simples ainda, confesso que o final de minha vida será nas minhas origens. Um pouquinho sobre essa natureza bela!




COMPLEXO SERRA DO ESPINHAÇO




O Espinhaço é caracterizado por um conjunto montanhoso constituído por blocos de surpreendentes dimensões que afloram em meio a um mosaico natural contendo duas das 25 áreas mais diversas e mais ameaçadas do planeta (Hotspots), o Cerrado e a Mata Atlântica. Há mais de um bilhão de anos em constante movimento, esse maciço rochoso de altiplanos extensos coroados por singulares campos rupestres revela em seu empilhamento estratigráfico antigas eras paleogeológicas. Tem cerca de 1.500 quilômetros de extensão com picos de até 2.017m onde se destaca a exuberância de suas cachoeiras, canyons, vales com rochedos escalvados sempre integrados à delicada trama de sua composição vegetacional .

Água

A Serra do Espinhaço foi indicada como área prioritária para a proteção de mananciais hídricos, sendo responsável pela organização atual da rede de drenagem de importantes bacias hidrográficas de Minas tais como a do São Francisco, Doce, Jequitinhonha, Mucuri entre outros.

Os campos rupestres

Os campos rupestres são associados a altitudes acima de 900 metros do nível do mar, em solos rasos, rochosos, pedregosos ou arenosos e representam uma paisagem única em todo o mundo. Essa vegetação característica da Serra do Espinhaço é formada por um rico mosaico de comunidades, sob forte controle do relevo local, natureza do substrato e microclima, mas para a qual o conhecimento é ainda incipiente devido à sua megadiversidade e complexidade. O campo rupestre é um ecossistema extremamente frágil e de baixa resiliência. Uma vez rompido o delicado elo desta vegetação com o ambiente , parece haver poucas chances de ocorrer uma regeneração espontânea.

Diversidade

Do total de 538 espécies de plantas ameaçadas em Minas Gerais, 81 espécies estão na Mata Atlântica, 19 na Caatinga, 73 no Cerrado e 67%, ou seja 351 espécies, ocorrem nos campos rupestres. Mais da metade das espécies de plantas ameaçadas de extinção em Minas Gerais está no Espinhaço, além de um número significativo de espécies da fauna ameaçada.

Endemismo

Na cadeia do Espinhaço, particularmente na Serra do Cipó encontra-se o maior número de espécies endêmicas (ocorrem somente numa determinada região do mundo) da flora brasileira e um notável endemismo também da fauna, especialmente daquela associada às plantas (borboletas, abelhas, beija-flores etc.) e aos ambientes aquáticos (anfíbios e insetos aquáticos).

Pesquisa

As características biológicas e geomorfológicas do maciço do Espinhaço oferecem condições excepcionais para o desenvolvimento de pesquisas científicas em diversas áreas. São especialmente importantes aquelas que visem estudar o fluxo gênico para subsidiar a implantação de um corredor ecológico, estudos de bioindicadores de qualidade do ar e da água e estruturação de bases para o monitoramento das possíveis alterações climáticas provocadas pela emissão dos gases estufa.

Significado cultural
A área proposta como Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço resguarda diversas e importantes expressões da cultura do nosso País. Berço da colonização do nosso Estado, esta região abriga três cidades - Diamantina, Congonhas e Ouro Preto - classificadas como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO e uma série de outros ricos conteúdos da arte e tradição que formam um verdadeiro caleidoscópio cultural. As raízes africanas, européias e indígenas se mesclaram, cada qual a seu modo, e deixaram suas crenças, sabores e manifestações nas práticas das comunidades locais.

Desenvolvimento econômico e humano

Considera-se importante o papel da agricultura familiar bem como o potencial etno-botânico desse valioso banco genético. Quando associados às estratégias e planos de manejo sustentável implicam numa dimensão social e ambiental diferenciadas, pressupondo novas alternativas econômicas.

A enorme beleza cênica da cadeia do Espinhaço com suas cachoeiras e campos floridos oferecem condições excepcionais para o desenvolvimento de projetos de ecoturismo podendo gerar demanda pelos produtos da agricultura familiar e da arte popular além de fomentar um grande número de iniciativas privadas voltadas para a prestação de serviços e infra-estrutura criando oportunidades e inclusão social.

Os valores históricos e etno-culturais se manifestam de forma expressiva através do artesanato (que utiliza matéria-prima natural como as sempre-vivas, madeira, pedra, couro, barro, palha, etc), literatura , música folclórica, danças e folguedos, plantas medicinais, festas religiosas, teatro e a arte comestível de doceiras e quituteiras.

Fonte: Biodiversitas.org.br

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